sábado, setembro 02, 2006

a nostalgia mora em nós e o passado agarra o presente, com a mão toda. pega nele e pousa-o em cima da mesa. eu sento-me, gigante, e olho o passado com os olhos arregalados. penso com os botões, que cosi no casaco, não querer ser agora o que fui, mas não deixo de continuar a querer ter sido o que fui. o passado é um miúdo pequeno, daqueles que se senta com as costas muito direitas, no tampo da mesa. o presente é a mãe que olha o filho, encavalitado e recto, na mesa, nos olhos, sentada na cadeira, e lhe pousa as mãos nos joelhos. eu, cá em casa, olho o meu passado e não quero deixar de ser o que já fui. quero, apenas, ser mais do que sou.
mais do que somos...