sábado, julho 29, 2006

Lado (a lado)

Aprende-se a calar a dor
A tremura, o rubor
O que sobra de paixão
Aprende-se a conter o gesto
A raiva, o protesto
E há um dia em que a alma
Nos rebenta nas mãos

Mafalda Veiga

Há musicas que nos tocam no ponto certo, no momento certo. E ficam para sempre ligadas a esses momentos de viragem. São elas que nos ajudam a perceber onde estamos, e para onde queremos ir. São elas o nosso Norte quando precisamos de pontos de referencia. São amigos secretos. Esta é uma delas.

domingo, julho 16, 2006

me and my psychosis

o olhar atento e desorientado de quem sente que está a perder alguma coisa na vida, mas não o consegue ver. a sensação de que não é só isto - existe algo maior. a noção de que não existe muito a fazer senão esperar. esperar e estar atento. continuar atento. sentir-se aprisionado no próprio corpo, na vida que tem, nas convenções existentes. pensar na vida há uns anos atrás e tentar perceber o porquê de estar aqui. o que o levou até aqui. pensar no que podia ter feito para mudar o caminho. aperceber-se que tudo parece ter sentido, embora o caminho pareça o errado. vontade de ser outra pessoa. de começar de novo. querer esquecer tudo o que o prende e que o faz sufocar e querer voar. o medo. o saber que as coisas não são assim tão fáceis e a probabilidade de falhar é grande. ou se calhar não seria assim tão difícil e o difícil sim, seria enfrentar as pessoas que também são a nossa vida e o quebrar de ligações com algumas delas. as tais convenções. o pensar no que é melhor, no que é pior. mas são conceitos tão ambíguos, só sabemos se arriscarmos. e até o facto de não se arriscar, é um risco. pensar se faz o que se pode ou se se é demasiado passivo, comodista. ser livre, querer ser livre. não pensar tanto.

quarta-feira, julho 12, 2006

mais uma vez tu. [sempre tu]

detesto o protagonismo que te dou, mas como posso eu não o fazer quando és a única que me faz perder o chão, que faz com que o ar se prenda dentro de mim, que faz com que o tempo pare e tudo à minha volta fique desfocado menos tu. acho incrível a contradição dos sentimentos. não és mais uma certeza [pergunto-me se essa certeza existiu de verdade], mas continuas a ser uma constante.

quinta-feira, julho 06, 2006

e depois, às vezes, tem-se a certeza

às vezes. às vezes tem-se a certeza do caminho. sente-se, sabe-se. como quem olha para o céu e sabe que amanhã não vai chover. como quem espera porque sabe que algo vai chegar. sabe-se, apenas. não se precisa de mais nada, apenas de pernas e força para andar. de cabeça erguida e mãos firmes. porque se sabe. e depois, às vezes, duvida-se. como se a órbita da terra se alterasse. deixa-se de saber para onde se quer ir, como se os pontos de referência se tivessem alterado. como se a bússola deixasse de indicar o norte. como se não houvesse norte. como se não houvesse bússula. como se não houvesse certeza. certeza. o quê? não há. não se sabe. sente-se, mas não se sabe o quê. e agora? segue-se em frente, pé ante pé. como se, ao abrandar o passo, se adiasse a decisão. não se adia. ela continua lá. ali, logo ali, quase aqui.

e depois, às vezes, tem-se a certeza. mesmo que a terra insista em se agitar. às vezes tem-se a certeza do caminho - mas só até que se volte a duvidar.

segunda-feira, julho 03, 2006

pseudo-post, pseudo-fase...pseudo

Jack Twist: It could be like this, just like this, always

hoje queria dizer algo profundo, acho que necessitava, mas não consegui.

ontem vi, mais uma vez, o Brokeback e só hoje me apercebi o quão forte me bateu!













simplesmente poético

Jack Twist: God, I wish I knew how to quit you!
Ennis Del Mar: Well, why don't you?

Ficam as perguntas, para quem tiver a paciência de responder

Afinal o que é amar?
O que é ter uma relação?
Há regras?
Há condições sociais?
É capaz de uma relação ser feita de silêncios?

Sinto-me estranho, não sei bem porquê.